O Sistema de Agrofloresta Indígena (SAFI) é uma criação brasileira e a BRAZBIO tem orgulho em colaborar com essa abordagem. Nascida da necessidade – e da oportunidade – de integrar práticas agrícolas tradicionais dos povos indígenas com técnicas modernas de agrofloresta, é uma semente plantada entre “dois mundos”. Semente que cresce para promover a sustentabilidade e o desenvolvimento de comunidades.

O SAFI pode ser classificado como uma fusão de múltiplos benefícios. Contribui para a preservação do solo, da água e da fauna local. Isso porque promove a conservação da biodiversidade e a restauração de áreas degradadas, utilizando técnicas que imitam os ecossistemas naturais.

Ao mesmo tempo em que melhora a segurança alimentar e nutricional das comunidades indígenas, fornecendo uma diversidade de alimentos cultivados de forma sustentável, a implantação do SAFI pode gerar renda por meio da venda da colheita, levando-se em conta a melhoria da produtividade agrícola.

Esses são resultados palpáveis. Porém, há mais. Ao integrar os conhecimentos tradicionais, o SAFI valoriza e preserva culturas ancestrais dos povos indígenas. O Sistema de Agrofloresta Indígena também tem potencial para fortalecer a resiliência social das comunidades, pois agrega ferramentas para o enfrentamento de desafios climáticos e econômicos.

A BRAZBIO trabalha em parceria com a ReNature no Projeto RREP Paiter Suruí, na Aldeia Gabgir, localizada na Terra Indígena 7 de Setembro, em Cacoal, Rondônia. É sempre uma experiência gratificante atestar o envolvimento das famílias dos povos originários, não apenas aprendendo elementos da agricultura regenerativa, por exemplo, mas também ensinando.

Juntas, as técnicas modernas e ancestrais geraram a semeadura e plantio de quatro hectares do Sistema Agroflorestal Indígena. Começou com o uso de fertilizantes, sementes de adubo verde e sementes de muvuca – coletadas pela comunidade – já que estavam armazenadas na aldeia. O solo preparado recebeu mudas de café, cacau, árvores nativas – castanha-do-pará (Bertholletia excelsa), Ypê (Handroanthus spp.), Inga (Inga edulis) e Paricá/Bandarra (Schizolobium amazonicum) – um pomar biodiverso – com bananas e abacaxis, por exemplo. Também foram plantadas sementes de feijão guandu (Cajanus cajan), milho, mandioca, e inhame.

Para a BRAZBIO, valorizar o Sistema de Agrofloresta Indígena significa oferecer uma solução holística que respeita e aproveita a sabedoria ancestral, promovendo um futuro sustentável e equilibrado.